O ponto alto da Tecnoagro 2023 foi o lançamento do Manifesto Regional contra as importações brasileiras de leite em pó, que, segundo dados do setor, subiram de algo tradicionalmente em torno de 3% para cerca de 10%, a partir de maio deste ano. Em parceria com a Federação das Cooperativa Agropecuárias de Leite de Minas Gerais (Fecoagro), a Cooperabaeté lançou um abaixo-assinado para ser entregue ao Ministério da Agricultura e Câmara Federal dia 16 de agosto, em Brasília, com um pedido de socorro do setor leiteiro. “Segundo dados do IBGE, o Brasil tem hoje cerca de um milhão e 200 mil produtores de leite, dos quais 80% são da agricultura familiar. É o setor que mais emprega no agronegócio brasileiro”, ressalta o presidente da Cooperabaeté, Rogério Lage.
Segundo ele, 24 cooperativas da Fecoagro e 31 da CCPR já aderiram ao Manifesto e também organizam abaixo-assinados. O movimento conta com o apoio da Abraleite (Associação Brasileira dos Produtores de Leite), OCB (Organização das Cooperativas do Brasil), CNA (Confederação Nacional da Agricultura), Ocemg, Faemg, sindicatos rurais e parlamentares, como a Deputada Federal Ana 28 de julho de 2023, o “Dia do Basta” Paula Junqueira Leão, que participou da reunião virtualmente.
A crítica geral é que a importação do leite em pó da Argentina e Uruguai gera uma concorrência desleal, uma vez que os produtores desses países recebem subsídios governamentais. “Nossos produtores estão desestimulados e, se esse problema da importação predatória de leite não for resolvido, muitos mais vão sair da atividade leiteira, parar de gerar emprego e renda. E se o Brasil deixar de ser autossuficiente na produção de leite e derivados, teremos mais problemas para o país, toda a população vai sentir”, alertou o presidente da Abraleite, Geraldo Borges, que também participou de forma online do Manifesto da Tecnoagro.
“Chegou o momento de dizer que somos fortes, que estamos unidos para mostrar a nossa força”, conclamou o presidente da CCPR e vice-presidente da Fecoagro, Marcelo Candioto. “Dia 16, vamos juntos a Brasília, com as cooperativas, com as lideranças do setor agropecuário, com os produtores. Não vamos fazer arruaça. Vamos entrar na Câmara Federal de maneira digna e mostrar a situação que colocaram o nosso pequeno, médio e o grande produtor. Precisamos dar um basta nessas importações. Que este dia 28 de julho fique marcado como o dia do basta. O cooperativismo está junto nesse movimento, a nossa força é a nossa unidade. É a união que desenvolve. Este é um movimento que está saindo da base, por isso a importância”, ressaltou Candioto, em discurso durante o Manifesto.
Publicado por: Renato Alves