Brasil: CCS Aumentando e Como Está a do Leite de Sua Fazenda?

Em fevereiro de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) atualizou os dados de qualidade do leite do país, apresentando os resultados gerais, por região e/ou por Estado.

Ao analisarmos os dados, verificamos que embora a CPP (contagem padrão em placas) do leite esteja diminuindo significativamente, a contagem de células somáticas (CCS) tem aumentado (Fig. 1).

sto é preocupante porque, no melhor cenário, em algumas regiões, valores entre 450.000 e 500.000 cels/mL têm se mantido, sem redução.

Em Minas Gerais e Goiás, por exemplo, as médias geométricas de CCS do leite em 2024 variaram de 469.000 a < 554.000 cels/mL e de 384.000 a < 469.000 cels/mL, respectivamente.

Em outros Estados, a CCS média foi mais alta, com valores de 554.000 a < 639.000 cels/mL em Santa Catarina e de 639.000 a 724.000 cels/mL no Rio Grande do Sul (Fig. 2).

Diante desta realidade, é importante alertar os produtores sobre o cenário geral do país e para a necessidade de avaliar como está a CCS de suas fazendas.

Contagens elevadas significam mais redução na produção de leite e perdas de bonificação pelos efeitos da mastite subclínica nos demais parâmetros de qualidade de leite. Pode representar, também, mais casos de mastite clínica pela evolução da forma subclínica para clínica, mais gastos com medicamentos e, com isto, maior risco de veiculação de resíduos de antibióticos.

Precisamos destacar que é preciso monitorar esta doença e, para isto, há muitas ferramentas disponíveis. Ações importantes essenciais incluem: realizar a CCS individual do leite das vacas no dia da pesagem do leite, todo mês, realizar a cultura microbiológica nos casos de mastite clínica e de mastite subclínica e fazer o tratamento de vaca seca.

Com este monitoramento, sabemos como está a saúde da glândula mamária das vacas e quem está causando as mastites na fazenda. A partir daí, podemos: implementar linha de ordenha (ordenhando primeiro as vacas sadias), segregar vacas com bactérias contagiosas, secar e tratar vacas infectadas e com DEL avançado (dias em lactação) e até mesmo, decidir pelo descarte. Para tudo, no entanto, precisamos usar as ferramentas e monitorar.

Portanto, fique atento Produtor! Avalie, todo mês, a CCS do leite do seu tanque e use as ferramentas para monitorar e controlar a mastite para evitar perdas e prejuízos!

Publicado por: Renato Alves

Autor:
Professora Titular da Escola de Veterinária da UFMG. Parceira da CCPR no Programa Tudo Nos Conformes.

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