Como avalia a proposta de reforma estatutária da cooperabaeté?
Eustáquio Márcio de Oliveira, ex-presidente da Cooperabaeté, produtor de 1300 litros de leite/dia e novilhas de corte na Fazenda Camarinha, em Abaeté/MG
A Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Limitada é um empreendimento de sucesso, de muita longevidade, perto de completar um século de existência. Uma das muitas razões desse sucesso, sem dúvida, foi a sua capacidade de promover mudanças em suas estruturas, para se adaptar aos novos cenários dos negócios da sua atividade principal.
Hoje, além da globalização, que eleva o nível de concorrência entre as empresas, há um cenário específico para o sistema em que se situa a nossa Cooperativa. Um deles é a diversidade de empresas captadoras de leite na região, o que gera constante disputa pelo produto e, consequentemente, mudanças frequentes dos volumes comprados por cada indústria. Outro fator preocupante é que a Cooperativa Central não dispõe mais de fábrica de produtos lácteos, atuando apenas como intermediária no mercado.
Diante de tudo que foi dito, além de vários outros argumentos possíveis, entendo que mudanças estatutárias são importantes para promover a adaptação das regras de administração da Cooperativa e garantir a sustentabilidade do empreendimento. A própria diversificação das atividades agropecuárias praticadas na região, com muito destaque para a pecuária de corte, produção de grãos, a piscicultura e, claro, o novo cenário do mercado do leite, justificam que se façam mudanças estruturais na forma de gerir o nosso principal empreendimento econômico.
Com certeza, os dirigentes da Cooperativa, atentos a todos esses eventos e conhecedores da realidade e das necessidades dos negócios, saberão liderar esse processo e preparar a Cooperabaeté para seguir a sua jornada de sucesso, como cooperativa centenária, vital para a nossa região.
José Simão Ribeiro, produtor de 400 litros de leite/dia e gado de corte na Fazenda Alto da Lagoa, em Paineiras/MG
Foi muito proveitoso participar da pré-assembleia em Paineiras, dia 08 de agosto, com trocas de ideias entre a diretoria e cooperados. A diretoria nos posicionou sobre a atual situação da Cooperabaeté e qual direção pretende seguir para torná-la mais viável. Claro que, para isso, precisa de apoio dos cooperados. Com certeza, eu vou participar da assembleia no final de agosto.
Acredito que a reforma estatutária proposta é importante e necessária para adequar a Cooperabaeté às novas realidades que o mercado impõe. Com a reforma estatutária, haverá uma abertura maior nos seus conceitos internos e no seu leque de atuação, abrangendo mais linhas de produtos. Também adequação a alguns produtos já existentes, porém que não são contemplados no seu CNAE fiscal, penalizando os mesmos com impostos mais elevados.
Com a abertura proposta pela reforma estatutária, a Cooperabaeté ficará mais dinâmica e bem mais abrangente, irá evoluir em vendas/faturamento e, consequentemente, irá absorver mais mão de obra (funcionários), sendo necessário também aumentar suas estruturas físicas.
Também sou favorável a autorizarmos a Cooperativa a pedir seu desligamento da CCPR, assim que encontrar um novo comprador para o leite, principalmente depois das posições apresentadas pela diretoria na pré-assembleia. Acho que já é chegada a hora da Cooperabaeté começar a pensar em adquirir seu próprio laticínio e ter seus próprios produtos. Ou seja, vamos caminhar com nossas próprias pernas.
Postado por: Renato Alves