Funil da Rentabilidade: Como Otimizar Resultados na Produção Leiteira

A gestão econômica de qualquer atividade agrícola e pecuária deve ser vista como a base para a organização de uma empresa rural que busca sucesso produtivo e rentabilidade. A gestão proporciona uma visão clara dos indicadores, facilitando a tomada de decisões. Sem ela, o produtor toma decisões com base em informações imprecisas, aumentando o risco de erro. Planejar pode minimizar erros; já a falta de planejamento torna o sucesso uma questão de sorte.

O projeto Educampo Leite, com mais de 20 anos de atuação em Minas Gerais, consolidou uma base de dados robusta que permite classificar fazendas por rentabilidade, diferenciando as que ganham das que perdem dinheiro, de acordo com os sistemas de produção: semiconfinado, confinado sem estrutura e confinado. Essa análise separada possibilita a aplicação de valores de benchmark adequados a cada sistema, mas com uma interpretação uniforme, através da ferramenta chamada “funil da rentabilidade”.

O funil da rentabilidade identifica indicadores econômicos fora do padrão ideal e avalia como outros fatores podem influenciar esses resultados. A ferramenta desmembra o resultado final da fazenda, identificando áreas que podem ser otimizadas para melhorar a eficiência e, consequentemente, a rentabilidade. De forma prática, se uma fazenda apresenta uma lucratividade de 5%, quando o ideal é 20%, deve-se focar em aumentar a renda bruta ou reduzir os custos operacionais. No caso da produção leiteira, isso pode ser feito aumentando o número de vacas em lactação ou a produtividade das vacas existentes. Se a produtividade estiver baixa em relação ao grupo, devem ser analisados aspectos como genética, estrutura, conforto e nutrição. Um plano de ação personalizado é então traçado para cada fazenda. É importante lembrar que cortar custos indiscriminadamente pode ser prejudicial. Reduzir a alimentação das vacas, por exemplo, pode resultar em menor produção e, portanto, menor venda de leite. Os itens de maior impacto no custo de produção são o concentrado (que não deve ultrapassar 35% da renda bruta), o volumoso (12%) e a mão de obra (10%). Fazendas que enfrentam desafios nesse sentido devem buscar assistência técnica para compreender sua situação e traçar os próximos passos.

Por: Cassiano Fernandes Lobo, zootecnista da Cooperabaeté e técnico do Programa Educampo Leite na região

Author:
Renato Alves, Analista de TI na Cooperabaeté, desenvolvedor e mantenedor do site da cooperativa.

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