Quem nunca ouviu falar da definição de Abaeté como homem bravo, de respeito? Antigamente, a fama da braveza da nossa gente corria longe e até assustava alguns forasteiros. Mesmo pessoas que aparentemente eram muito tranquilas, às vezes, revelavam esse comportamento mais impulsivo…
No início dos anos 70, eu trabalhava na Prefeitura de Abaeté com o Seu Lilico, um senhor muito sistemático, conceituado, de uma família tradicional da Cidade Menina. Irmão do Durva e namorado da Júnia dos Correios, ele era o responsável pelo setor de limpeza urbana.
Não sei por que, uma vez ele deixou atrasar sua conta de energia elétrica e recebeu a visita de um funcionário da Cemig, com a ordem de cortar a luz da sua casa. A reação dele deixou todo mundo embasbacado. Quando o rapaz subiu no poste para cortar a energia, Seu Lilico tirou um 38 que tinha escondido na cintura e perguntou:
– Você vai descer desse poste, ou prefere cair daí?
O moço deu um pulo da escada… e deve estar correndo até agora de tanto susto que levou…
Isso aconteceu uma vez só. No dia seguinte, Seu Lilico pagou a conta. Mas seus companheiros se lembram desse causo até hoje…
Por: Nilton de Sousa Lino (In Memoriam)
Publicado por: Renato Alves