No Escuro, Não! – Causos da Roça

Quem nunca ouviu falar da definição de Abaeté como homem bravo, de respeito? Antigamente, a fama da braveza da nossa gente corria longe e até assustava alguns forasteiros. Mesmo pessoas que aparentemente eram muito tranquilas, às vezes, revelavam esse comportamento mais impulsivo…

No início dos anos 70, eu trabalhava na Prefeitura de Abaeté com o Seu Lilico, um senhor muito sistemático, conceituado, de uma família tradicional da Cidade Menina. Irmão do Durva e namorado da Júnia dos Correios, ele era o responsável pelo setor de limpeza urbana.

Não sei por que, uma vez ele deixou atrasar sua conta de energia elétrica e recebeu a visita de um funcionário da Cemig, com a ordem de cortar a luz da sua casa. A reação dele deixou todo mundo embasbacado. Quando o rapaz subiu no poste para cortar a energia, Seu Lilico tirou um 38 que tinha escondido na cintura e perguntou:

– Você vai descer desse poste, ou prefere cair daí?

O moço deu um pulo da escada… e deve estar correndo até agora de tanto susto que levou…

Isso aconteceu uma vez só. No dia seguinte, Seu Lilico pagou a conta. Mas seus companheiros se lembram desse causo até hoje…

Por: Nilton de Sousa Lino (In Memoriam)

Publicado por: Renato Alves

📰✨ Jornalista, editora do jornal Cooperabaeté desde setembro de 1998. 🗞️🖊️

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