O Pior dos Genros da Vovó Feliciana – Causos da Roça

Tem fatos que ocorrem na nossa infância, e a gente nunca esquece. Este ocorreu no aniversário de 70 anos da minha avó, Feliciana Lage. A matriarca de uma grande família, com 10 filhos e 34 netos, além de muitos irmãos, sobrinhos, primos, compadres, afilhados…

A casa dela estava sempre muito cheia. Tinha uma mesa grandona, onde lembro de ver sempre meu pai, meus tios, os tio avós, o pessoal mais antigo sentado, bebendo cerveja.

Esse caso ocorreu com o Zé Pereira, irmão da minha avó e também avô da Dra. Ismênia, do Carlos do armazém. E com a dona Inesinha, uma senhora solteirona, que andava sempre muito arrumada, bem “nos trinques”. Ela tinha ido na casa da minha avó com o irmão, Calango, meu tio por afinidade, chamado tio torto.

Nessa época, o Pereira já estava no início de um processo que a gente chamava de “caducando”. E ele sempre foi muito custoso, mulherengo, muito custoso mesmo. Sentou bem ao lado de Dona Inesinha e, como quem não queria nada, sem nenhuma cerimônia,
começou a passar a mão nas pernas dela.

O Calango viu, levantou e chamou atenção do Pereira, dizendo coisas impublicáveis. Não lembro bem o que ele disse, mas o Pereira ficou ofendido demais. Levantou da mesa e falou em alto e bom tom, pra todo mundo que estava na casa ouvir:

– Carlos, você é o fundo dos genros da mana. Tem dinheiro, mas não tem nenhuma estética.

Do jeito como ele falou, não teve quem não caísse na risada.

Por: Rogério Lage de Oliveira

Publicado por: Renato Alves

📰✨ Jornalista, editora do jornal Cooperabaeté desde setembro de 1998. 🗞️🖊️

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