O ano de 2024 se inicia para o setor leiteiro com elevação dos preços internacionais. As cotações domésticas também sinalizam alta, tanto no mercado spot, como no preço pago pelos laticínios aos produtores rurais. Embora seja inexpressiva, esta reação ao produtor se dá após 8 meses de baixas consecutivas e R$ 0,87 de baixa acumulada. A expectativa é que haja mais alguma recuperação nos preços ao produtor, nos próximos meses. Todavia, é prudente observar a evolução dos custos frente a incertezas climáticas inerentes à safra de grãos e da produção de silagem.
Precisamos ter resiliência e saber que a crise no agronegócio acomete a maioria dos setores do agronegócio nacional e mundial, haja visto os protestos que têm acontecido em toda a Europa. O que a Europa vivencia é uma antecipação de crise, com os produtores fazendo manifestos de protecionismo de suas produções contra importações de produtos agrícolas de outros países, inclusive do Brasil. Isso para termos noção da importância do agronegócio no velho mundo, da organização dos agricultores europeus, ainda mais se pensarmos que toda a produção agropecuária europeia recebe subsídios governamentais.
Os frutos do manifesto que fizemos contra importação de leite e estruturação da cadeia leiteira começam a ser colhidos agora, apesar de muito singelos. O mais importante é que estão sendo colhidos. O decreto que penaliza a indústria que importar leite, através da exclusão do Programa Mais Leite Saudável, entra em vigor dia 14/2. Isso, teoricamente, trará um benefício de 4,625% ao leite nacional frente ao leite importado. Trocando em miúdos, mais ou menos R$ 0,10 de benefício em valores médios de hoje, variando conforme o valor recebido pelo produtor de leite pelo seu produto.
Outro ganho do manifesto é o acesso a crédito, a médio prazo, de recursos subsidiados às Cooperativas do setor leiteiro, com até dois anos de carência – embora as cooperativas estejam entrando em dificuldade devido aos desafios dos cooperados em cumprir com suas obrigações financeiras para com elas. Portanto, no meu intender, este crédito está vindo com a direção errada, quem precisa de socorro são os cooperados e não as cooperativas. Mas se as pessoas responsáveis tiveram este entendimento, vamos aproveitar esse crédito e, indiretamente, ajudar nossos cooperados.
No meu entender, a direção lógica da cadeia do Cooperativismo é: Cooperado Forte Cooperativa Singular Forte Cooperativa Central Forte, apesar de que, muitos insistem que o fluxo é reverso.
O cooperado é o alicerce da cooperativa, sem cooperado forte não existe cooperativa forte, é a razão social da existência da cooperativa.
Cooperabaeté, uma cooperativa que fazemos juntos!!
Por: Rogério Lage de Oliveira, presidente da Cooperabaeté
Publicado por: Renato Alves