Produtor de 9.800 litros de leite/dia, na Fazenda Extrema / Poções, em Biquinhas, o Sr. Elmo Alves Neto tem um grande orgulho de ser cooperado há cerca de 45 anos e ter visto de perto o extraordinário desenvolvimento da Cooperabaeté, aliado ao seu próprio crescimento na pecuária leiteira. “Nós crescemos juntos. Do jeito que a Cooperativa era antes pra hoje, nem tem jeito de comparar. É uma diferença muito grande! Eu também comecei do nada. A primeira vez que entreguei leite na Cooperativa foram três litros, em uma latinha. E o gado nem era meu, era de sociedade”, recorda o produtor.
Aos 74 anos de idade, Seu Elmo ainda se levanta, todo dia, às 3 horas da manhã, junto da esposa Alaci. Quando o funcionário Ronaldo e o filho Idemar chegam para trabalhar, ele já limpou o galpão e tratou das bezerras. Foi assim sua vida, desde a infância, quando começou a trabalhar na roça, junto com os irmãos, para ajudar o pai, que tinha problemas de saúde.
Depois do casamento, o cooperado alugou um pedacinho de terra e ficou um tempo plantando arroz, milho, algodão. “Mão de obra foi ficando difícil, e eu passei pro leite. Como não tinha dinheiro pra comprar vaca, peguei gado arrendado para começar. Com o que sobrava, comecei a comprar bezerras, às vezes pegava vaca pra partir lucro. A Cooperativa me ajudou muito nessa época, principalmente o Aloísio”, recorda.
Durante mais de 20 anos, ele e a esposa tiraram o leite sozinhos, ou com ajuda dos filhos Idemar, Charles, Keyla e Cleidinei. “Já tiramos 4 mil litros por dia, só nós dois. A gente levantava às duas da manhã e ficava o dia inteiro nessa luta”, completa.
Em 1979, Seu Elmo passou a produzir o próprio rebanho, com inseminação artificial. “Hoje, é tudo cria daqui. Estamos trabalhando para parir uma média de 25 vacas por mês”, orgulha-se, apontando para o rebanho de 289 vacas em lactação, com produção média de 34 quilos de leite/dia, em três ordenhas.
Outra grande satisfação foi ter inaugurado, há pouco mais de um ano, o primeiro Compost Barn da região. “Demorou onze meses pra ser construído, mas valeu a pena. Agora a mão de obra fica mais fácil, as vacas ficam limpinhas, não pisam na lama”, compara ele, que, após fornecer leite para a CCPR durante 25 anos, atualmente entrega sua produção para a Embaré.
Como toda a categoria, também não está nada satisfeito com o preço do leite. “Não está fechando a conta. Devagarzinho, meu leite chegou a R$ 3,90. Quando a gente achava que ia dar uma respirada, de uma vez, o preço caiu 60 centavos. No outro mês, baixou mais 13 centavos. E esse mês vai baixar mais 40 centavos. Além disso, a Embaré mudou nosso pagamento para dia 20. Ficam com nosso dinheiro parado 20 dias, e a gente dançando nessa corda bamba. Se tudo isso não estabilizar um pouco, não vai dar pra mexer com leite não”, desabafa o produtor.
Seu Elmo se prepara para plantar 85 hectares de milho para silagem, com sementes, adubos e fertilizantes comprados da Cooperabaeté. “O que eu tenho que comprar que tem preço na Cooperativa, eu só compro na Cooperativa. Temos que deixar o dinheiro girando na nossa região. Se você comprar fora, vai estar movimentando as outras cidades”, analisa.
Ele também elogia a assistência que recebe dos agrônomos da Cooperabaeté em todo o processo da lavoura, da análise de solo à colheita. “E o pessoal do supermercado e da loja de insumos é bom demais. Todo mundo prestativo, atencioso, correm atrás do melhor preço para gente. Eu só tenho a elogiar. E parabenizar a nossa Cooperativa pelos 94 anos!”, finaliza.
Publicado por: Renato Alves