O monitoramento eficaz da mastite em rebanhos leiteiros é fundamental na manutenção da saúde dos animais e na otimização da produção de leite. A mastite, inflamação da glândula mamária, é uma grande preocupação dos produtores, pois pode resultar em perdas muito significativas na produção de leite e em alteração de sua qualidade.
Diversos testes estão disponíveis para auxiliar os produtores no diagnóstico e monitoramento da mastite subclínica, sendo dois dos mais comuns, o Califórnia Mastitis Test (CMT) e a Contagem de Células Somáticas (CCS). O CMT é uma ferramenta prática e rápida, permitindo uma avaliação inicial
da presença de células somáticas no leite, indicando possíveis casos de mastite subclínica. Entre as vantagens do teste de CMT, destacam-se: simplicidade de execução no campo, permitindo uma triagem eficiente do rebanho e o fato de poder ser realizado em cada quarto mamário individualmente, com uma bandeja ou raquete apropria-da.
Para a realização do teste de CMT, utiliza-se como reagente um detergente aniônico neutro, que atua rompendo a membrana das células presentes na amostra, liberando-se assim o conteúdo nucléico que apresenta maior viscosidade. O resultado do teste, portanto, é avaliado em função do grau de formação de gel ou viscosidade, em cinco categorias: negativo, suspeito, +, ++ e +++ e estudos revelam uma correlação significativa entre os resultados do CMT e da CCS e perdas na produção de leite (Quadros 1 e 2), evidenciando sua eficácia como um método rápido e acessível. Como
desvantagem, no entanto, podem ocorrer erros quanto às quantidades do reagente e do leite, que é de 2 mL para cada um deles. Deve-se considerar, ainda, a necessidade de padronização da leitura, que está sujeita a variações, de acordo com quem realiza o teste (Langoni, 2000). Apesar
destas observações, o CMT é considerado como um meio diagnóstico de mastite subclínica, no momento da ordenha, que permite identificar rapidamente o quarto acometido (NMC, 1999).
Por outro lado, a CCS do leite individual das vacas e do leite do tanque refrigerador deve ser vista como ferramenta extremamente valiosa que tem entre outras finalidades: o monitoramento da prevalência de mastite subclínica no rebanho; a possibilidade de estimativa das perdas da
produção de leite; a orientação do produtor para tomada de decisões para prevenir a transmissão da doença durante a lactação e a identificação de vacas para tratamento, secagem e descarte (Langoni, 2000). Portanto, a CCS oferece uma abordagem mais quantitativa, medindo o número de células somáticas por mililitro de leite. A contagem elevada de células somáticas é um indicativo claro de inflamação desta doença.
Adicionalmente, a implementação de práticas de manejo baseadas nos resultados desses testes contribui para a sustentabilidade econômica da atividade garantindo a produção de lei-te seguro e com qualidade.
A escolha do teste é importante e deve ser feita soborientação técnica. De modo geral, o melhor teste é a contagem eletrônica de células somáticas realizada em equipamento eletrônico nos laboratórios da Rede Brasileira de Qualidade do Leite (RBQL).
No entanto, se não for possível realizar a coleta de amostras individuais de leite das vacas no dia da pesagem do leite, sugerimos que o monitoramento seja feito por meio de CMT, tomando-se os cuidados para a realização e interpretação corretas dos testes. Não podemos mais deixar
de monitorar efetivamente a CCS na propriedade, pois este controle é crucial para mitigar perdas na produção leiteira. Tanto o CMT quanto a CCS, analisada em equipamento eletrônico, oferecem vantagens na identificação precoce de casos subclínicos, permitindo intervenções oportunas.
Portanto, fique atento produtor!! Não deixe para depois e monitore já a CCS do leite de seu rebanho! Com a mastite não se brinca! Os prejuízos são muitas vezes invisíveis, mas afetam a renda de sua fazenda!
Publicado por: Renato Alves