
A importância de ações padronizadas e de treinamentos para os funcionários na produção de leite não pode ser subestimada. A obtenção de leite seguro e de alta qualidade é um objetivo essencial, tanto para a saúde pública, quanto para a competitividade do mercado de laticínios.
Primeiramente, as ações padronizadas garantem que todos os procedimentos de produção sejam realizados de forma consistente. Isso inclui desde a ordenha das vacas até o armazenamento e transporte do leite. A padronização minimiza os riscos de contaminação e garante que o leite mantenha suas propriedades nutricionais e sensoriais. Sem essas práticas, a variabilidade no processo pode levar a produtos de qualidade inferior ou, ainda, inseguros para o consumo.
Além disso, treinamentos regulares para os funcionários são cruciais. O treinamento não apenas educa os trabalhadores sobre as melhores práticas de higiene e manuseio, mas também os capacita a identificar e solucionar possíveis problemas rapidamente. Funcionários bem treinados estão mais aptos a seguir protocolos rigorosos e a responder eficazmente a situações imprevistas, reduzindo o risco de erros que poderiam comprometer a segurança e a qualidade do leite.
A combinação de ações padronizadas e treinamento contínuo promove uma cultura de qualidade e segurança dentro da fazenda. Isso não só melhora a moral e o desempenho dos funcionários, mas também melhora os resultados da fazenda. Um compromisso com a excelência em cada etapa da produção de leite resulta na obtenção de leite seguro e com a melhor qualidade.
A produção de leite seguro e de alta qualidade é essencial não apenas para garantir a saúde dos consumidores, mas também para manter a sustentabilidade e a competitividade da indústria de laticínios. Portanto, os dois elementos fundamentais para alcançar esse objetivo são a implementação de ações padronizadas e a realização de treinamentos contínuos para os funcionários.
Os tópicos essenciais dos treinamentos necessários para garantir a excelência na produção de leite devem incluir:
1. Ações padronizadas: práticas estabelecidas que todos os funcionários devem seguir para garantir a consistência na produção de leite. A padronização de procedimentos ajuda a minimizar variações no processo produtivo, o que é crucial para manter a qualidade do leite. Entre as principais ações padronizadas, podemos destacar:
a. Limpeza e desinfecção dos equipamentos: essencial para evitar contaminações em ordenhadeiras, tanques e utensílios;
b. Controle de Temperatura: monitoramento contínuo para evitar proliferação de microrganismos;
c. Processo de ordenha: higienização das mãos, pré e pós-dipping e secagem correta dos tetos para prevenir astite e outras infecções.
2. Treinamentos regulares e abrangentes: são fundamentais para capacitar os funcionários a executar suas tarefas de acordo com os padrões exigidos. Eles garantem que os funcionários estejam atualizados sobre as melhores práticas para garantir segurança e qualidade do leite.
Os tópicos essenciais dos treinamentos incluem:
a. Higiene pessoal e segurança alimentar: abrange práticas de higiene pessoal, como a lavagem das mãos e o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), além de técnicas para reduzir o risco de contaminação;
b. Técnicas de ordenha: manejo correto de ordenha, incluindo a preparação das vacas, as desinfecções dos tetos e a manutenção de um ambiente limpo e seguro na sala de ordenha;
c. Manutenções preventivas e corretivas de equipamentos: limpeza, desinfecção e manutenção periódica dos equipamentos de ordenha e de tanques refrigeradores, garantindo que
estejam sempre em condições ideais de uso;
d. Monitoramento de qualidade: instruções sobre como realizar testes de qualidade do leite, como a medição de temperatura da água, do pH das soluções de limpeza (detergentes) e concentração de cloro (desinfetante), cultura microbiológica na fazenda para identificar patógenos causadores de mastite e avaliar a real necessidade de uso de antibióticos;
e. Gestão de resíduos: práticas adequadas para a gestão e descarte de resíduos, incluindo esterco e águas residuais, para minimizar o impacto ambiental e manter a higiene da propriedade;
f. Protocolo MRST: marcar vacas tratadas com antibióticos, registrar os tratamentos, separar as vacas tratadas das sadias e fazer o tratamento conforme orientação da bula. Importante orientar como fazer o tratamento e sobre a importância de ordenhar os animais tratados por último, descartando o leite de toda vaca, segundo período de carência descrito nas bulas.
É importante destacar que a adoção de ações padronizadas e a implementação de treinamentos regulares reduzem as contaminações e asseguram que o leite produzido mantenha qualidade, independentemente de fatores externos, como mudanças na equipe de funcionários. Além disto, resultam em processos de produção mais eficientes, reduzindo desperdícios e melhorando a produtividade e a confiança do produtor em seu processo produtivo.
Estudo realizado por Rodriguez et al. (2024) com 112 funcionários de 16 fazendas leiteiras americanas demonstraram um impacto positivo dos treinamentos nas práticas relacionadas às rotinas de ordenha e na qualidade do leite.
Atenção, produtor! Invista na capacitação na capacitação da sua equipe! Treinamentos regulares garantem processos corretos e padronizados, resultando em um leite de melhor qualidade e maior rentabilidade para sua fazenda.