Newtinho: “Se não aprendermos a lidar com números, o negócio não vai pra frente”

“Temos que administrar a propriedade rural como uma empresa. Se não aprendermos a lidar com números e aperfeiçoar as técnicas, o negócio não vai pra frente”.

Se a atividade rural vem se tornando cada vez mais desafiadora, especialmente em tempos de crise, a assistência técnica é o que vem abrindo um novo horizonte com boas perspectivas de crescimento para os produtores rurais.

O advogado e produtor rural Newton de Sousa Lino Filho, cuja ligação com o campo vem desde a infância, descobriu a importância desse auxílio na prática. “Quando criei minha linha de leite na Cooperativa e iniciei a produção, independente do meu pai e do meu irmão, verifiquei que são muitos os desafios, mas o acompanhamento técnico é fundamental para conseguirmos driblar essas dificuldades. Percebi que, hoje, você tem que administrar uma propriedade rural como uma empresa. Se não fizer isso, está fadado a ser extinto do ramo. Se não aprender a lidar com números, aperfeiçoar as técnicas, seja de reprodução, nutrição dos animais, plantios adequados, gestão de um modo geral, seu negócio não vai pra frente”, analisa.

Logo que começou na atividade, há cerca de 3 anos, ele ingressou no Educampo, um programa do Sebrae em parceria com a CCPR e a Cooperabaeté. “Além da questão dos animais, da parte reprodutiva e nutricional, esse programa me ensinou muito a lidar com os números, com a gestão do negócio, porque a gente vive muito em função de diminuir o custo, já que a margem de lucro é pequena”, diz.

Apesar de todos os pontos positivos, Newton percebeu algo que deixava a desejar com o Educampo. “Tem um técnico que nos visita uma vez por mês e consegue nos orientar nas questões de modo geral, mas fomos percebendo que faltava um tipo de assistência que nos acobertasse no momento imediato”, pondera. “Fomos levando essas demandas pra cooperativa, pra que ela criasse um modelo que nos atendesse, tanto na parte imediata como na gestão. Daí surgiu o Cooperabaeté Assist, que trabalha com essas duas modalidades. A gente aprende a lidar com planejamento, temos um técnico que nos visita num dia não emergencial e ainda tem essa novidade: um veterinário que fica num plantão pra nos acudir nos casos emergenciais”, comemora.

Segundo ele, o interessante é que durante o desenvolvimento do projeto, os produtores podem sugerir mudanças e alterações, de forma a tornar o projeto ainda melhor. “Um dos pontos que achei muito importante é que, dentre as modalidades, o Cooperabaeté Assist trabalha com a qualidade do leite”, destaca ele, que ainda participa do projeto Unileite, da Universidade Federal de Minas Gerais.

Com a baixa do preço do leite e todas as dificuldades da atividade, Newtinho acredita que o Cooperabaeté Assist pode ajudar bastante na vida dos produtores. “Vejo que o produtor, de modo geral, tem muita dificuldade de se adequar e aderir a técnicas novas. Tem muito medo de arriscar, porque o preço do leite está muito oscilante, precisa ser muito prevenido pra tomar uma decisão. Se aderir a um programa dessa modalidade, ele vai ter mais alicerce, mais segurança pra tomar as decisões certas, porque é como se o risco dele fosse menor e, com o risco menor, tem mais chance de acertar”, analisa.

Atualmente, Newton produz cerca de 1.500 litros/dia, com meta de aumentar a novamente produção, que inicialmente era de 600 litros/dia. “Uma das tendências é a gente diminuir o número de vacas e aumentar a produtividade, trabalhando o melhoramento genético e nutricional”, acredita.

Para ele, a motivação principal para prosseguir na atividade, é o amor pelo meio rural. “Sou apaixonado por animais. Às vezes, fica tudo difícil, mas quando você chega na propriedade e vê que nasceu uma bezerrinha, você se renova. É muito gratificante e é isso que mantém a gente vivo: buscar sempre o aperfeiçoamento”, finaliza.

 

📰✨ Jornalista, editora do jornal Cooperabaeté desde setembro de 1998. 🗞️🖊️

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