Dicas Para a Produção de Uma Boa Silagem de Milho

Em entrevista ao jornal Cooperabaeté, o zootecnista Marcelo Messias, especializado em Nutrição de Ruminantes, repassa algumas orientações aos produtores para a produção de uma boa silagem de milho. Confira:

Colheita do milho

Nessa época, o produtor deve se preocupar, principalmente, com o ponto de corte do milho. Acertar o ponto de corte é o primeiro passo para a produção de uma silagem de milho de qualidade.

Qual o ponto de corte ideal? Olhar a linha do leite nos grãos de milho auxilia na tomada de decisão, mas deve-se sempre avaliar o teor de matéria seca da silagem, o qual deve ser em torno de 32 a 35%.

Por que não pode cortar o silo muito antes? Quando isso acontece, ao invés de levar alimentos para o silo, vamos levar muita água, e isto faz com que o processo de fermentação seja muito ativo, levando a altas perdas por efluentes, que são nutrientes indo embora do silo. Costumamos dizer que “o silo chora”.

Por outro lado, o corte do milho com alto teor de matéria seca dificulta a trituração da massa ensilada, além dos prejuízos quanto aos aspectos nutricionais, visto que ocorre um aumento no teor de fibra e com pior qualidade, pois um aumento expressivo nos teores de lignina. Adicionalmente a esses problemas, o processo de compactação é dificultado, ficando maior quantidade de ar dentro do silo, fazendo com que o processo de fermentação não seja realizado adequadamente.

Compactação do silo:

O processo de enchimento e compactação deve ser feito de forma a distribuir, por todo silo, camadas uniformes de espessura média ao redor de 20 a 30 cm. Essas camadas devem ser espalhadas de forma a ficarem inclinadas em direção à entrada do silo ou porta. A compactação deverá ser realizada com passagens consecutivas do trator na massa já distribuída.

O objetivo desta compactação é a expulsão do ar, controlando a respiração, a elevação da temperatura e favorecendo a ação das bactérias produtoras de ácido láctico e do rápido abaixamento do pH do material ensilado. Importante não economizar nesse processo, pois é fundamental para ter uma silagem de qualidade.

Cobertura

Após a compactação, vem a fase de fechamento do silo. Nessa hora, a utilização de uma lona de qualidade é fundamental. No mercado, temos lonas feitas de polietileno, pretas ou de dupla face e com espessuras de 150 a 300 micras. Uma dica simples para avaliar a qualidade e resistência da lona é pegar um pedaço e pressionar uma caneta contra ela. Aquela que demora mais a rasgar é a de melhor qualidade. Adicionalmente, podemos checar se a lona foi aditivada contra raios ultravioletas. No mercado, existe lonas com barreira de oxigênio. É um material de custo mais elevado, contudo o uso de uma lona de maior qualidade torna-se interessante, visto que ela representa aproximadamente 2% do custo total da silagem.

Fechamento do silo

Após a escolha da lona, vem a hora de fechamento do silo. Nesse momento, é importante expulsar todo o ar que está sob a lona à medida que esta vai sendo esticada. Deve-se adicionar terra em cima da lona, garantindo maior proteção e durabilidade, além de manter o contato da lona com o material ensilado, evitando entrada de ar no silo. Além disso, toda borda da lona deve ser enterrada, para impedir a entrada de ar. Importante também realizar o desvio de enxurradas para fora do silo, assim como cercar toda área do silo, para evitar a entradas de animais que podem danificar a lona e comprometer todo o processo realizado.

Autor:
Renato Alves, Analista de TI na Cooperabaeté, desenvolvedor e mantenedor do site da cooperativa.

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